segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Musculação para idosos

A atividade de musculação é muito conhecida e praticada entre pessoas de todas as idades. É realizada por motivos como estética e saúde, existindo uma grande variedade de treinos para o alcance dos objetivos do aluno. Há relativamente pouco tempo, estudos vêm sendo realizados para identificar os benefícios da musculação para a pessoa idosa.

Amorim e Pedro (2008) realizaram um estudo que comparou a força muscular e o equilíbrio entre idosos praticantes e não praticantes de musculação. Os resultados mostraram que tanto em força de membros inferiores quanto superiores, circunferências de braços e pernas, e nos testes de equilíbrio (Escala de Berg e Escala de Tinetti), os idosos que praticavam musculação obtiveram resultados melhores. De acordo com esses mesmos autores, “A perda de massa e força muscular e equilíbrio são características do envelhecimento que podem levar um individuo a dependência funcional”.

Para Zawadski e Vagetti (2007), os principais motivos que levam as idosas a praticar musculação é a prevenção de doenças, manutenção da saúde e indicação médica. No entanto, para dar continuidade é necessário que cada indivíduo encontre internamente o que o motiva e atribua seus valores à atividade. A musculação não atua melhorando apenas a musculatura esquelética, ela atua de modo amplo atingindo o organismo como um todo, melhorando aspectos físicos, psíquicos e afetivos. Pode retardar os efeitos do envelhecimento, osteopenia, osteoporose, evita atrofia muscular, ajuda na perda de gordura, aumenta o metabolismo, entre outras vantagens.

Recomendações:
- Antes de qualquer prática de exercício o idoso deve realizar uma avaliação física e ser liberado por um médico.
- O treino deve ser feito em local arejado, com supervisão de um Professor de Educação Física qualificado que possa dar assistência sempre que necessário.
- As máquinas são aconselháveis para idosos com problemas de equilíbrio ou iniciantes. Aos poucos essas máquinas podem ser substituídas por equipamentos livres como halteres, caneleiras e barras.
- Juntamente com os exercícios de musculação realize exercícios que estimulem a coordenação e também o equilíbrio. Exercícios que simulem atividades funcionais como sentar e levantar da cadeira (agachamento), subir e descer de escadas (step), levantar objetos na altura dos ombros (levantamento frontal), entre outros, influenciam diretamente nas atividades da vida diária dos idosos.



Referências

PEDRO, E. M.; AMORIM, D. B. Análise comparativa da massa e força muscular e do equilíbrio entre indivíduos idosos praticantes e não praticantes de musculação. Revista Conexões, Campinas, v. 6, n. especial, 2008 – ISSN: 1516-4381

FERREIRA, J.; PORTES JR. M.; NUNES, P.R. S. Musculação na terceira idade: em busca da autonomia nas atividades diárias.

ZAWADSKI, A. B. B.; VAGETTI, G. C. Motivos que levam idosas a freqüentarem as salas de musculação. Movimento e percepção, V.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Falando sobre Alzheimer

Comparação entre cérebro com Alzheimer e cérebro normal
Atualmente estamos vivendo a realidade de um grande aumento dos idosos do Brasil e do mundo. Juntamente com esse envelhecimento populacional vem aumentando também os casos de Alzheimer. O Mal de Alzheimer como também é chamado, é um tipo de demência progressiva e degenerativa que atinge a memória, funções cognitivas e prejudica funções sociais e ocupacionais do indivíduo. De acordo com Yassuda (2009) “A prevalência da demência aumenta progressivamente com o envelhecimento, sendo a idade o maior fator de risco para a doença”. Existem três fases distintas, a primeira delas é leve, progredindo para moderada e grave. Para confirmar o diagnóstico de Alzheimer é recomendado exame clínico, laboratorial e imagem cerebral.

Não existe ainda um método que cure o Alzheimer, no entanto, são utilizados alguns fármacos para o tratamento. Alguns estudos relatam melhora em pacientes que utilizam doses altas de vitamina E e estatinas (YASSUDA, 2009). As técnicas multidisciplinares também produzem bom resultado, recomenda-se então treinamento cognitivo, orientação nutricional, orientações psicológicas para cuidadores e familiares assim como prática regular de exercícios físicos (BOTTINO el al, 2002),  
O Alzheimer causa esquecimentos que por vezes vem seguida de quadro depressivo ou de ansiedade. Pessoas depressivas apresentam menos vontade de se locomover e realizar suas atividades de vida diária. Stella et al (2002) aponta que a falta de mobilidade pode acarretar problemas pulmonares de acúmulo de secreções, descontrole da pressão arterial, comprometimento da circulação periférica entre outros distúrbios articulares devido a falta de atividade física.

Com base neste texto e nos autores utilizados como fonte teórica fica bem estabelecido que ainda não existe uma cura para o Mal de Alzheimer, no entanto, existem formas de minimizar os desconfortos dos idosos e familiares, assim como meios de melhorar a qualidade de vida do indivíduo. Para tanto se faz necessário paciência e compreensão daqueles que estão a volta do idoso acometido pelo Alzheimer, além da prática regular de alguma atividade física que venha a colaborar com as atividades da vida diária e a disponibilidade de uma equipe multidisciplinar para fazer o acompanhamento da saúde global.

Referências
BOTTINO, Cássio M.C et al.  REABILITAÇÃO COGNITIVA EM PACIENTES COM DOENÇA DE ALZHEIMER - Relato de trabalho em equipe multidisciplinar. Arq Neuropsiquiatr 2002;60(1):70-79

STELLA, F.; GOBBI, S.; CORAZZA, D. I.; COSTA, J. L. R. Depressão no Idoso: Diagnóstico, Tratamento e Benefícios da Atividade Física. Rio Claro,Ago/Dez 2002, Vol.8 n.3, pp. 91-98

YASSUDA, M. S. ; APRAHAMIAN, Y.; MATINELLI, J. E. Doença de Alzheimer: revisão da epidemiologia e diagnóstico Rev Bras Clin Med, 2009;7:27-35

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Envelhecimento, senescência e senilidade


Desde que nascemos vivemos o processo natural do envelhecimento. Isto ocorre de maneira gradual e progressiva e com o passar do tempo diminui a reserva funcional indivíduo, esta relação natural é chamada de senescência. No entanto nem todo envelhecimento é saudável. Para Leão Jr. (2003) este processo depende de diversos fatores relacionados à dieta, estilo de vida, educação, exposição a fatores estressantes entre outro. Muitos idosos são acometidos por doenças e agravos crônicos não transmissíveis (DANT), ou por condições de sobrecarga psíquica e acidentes que comprometem a saúde em diversos graus, ao estado patológico do envelhecimento é dado o nome de senilidade, geralmente requer assistência ao idoso.
 
De acordo com o Ministério da Saúde no Caderno de Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa (2007), um dos principais erros que as pessoas cometem é considerar que todas as alterações físicas e psicológicas são vindas do processo natural do envelhecimento, outro erro bastante comum é justamente o contrário do primeiro, ou seja, encarar o envelhecimento natural como doença que precisa de tratamento.
 
As principais mudanças que ocorrem com o avançar da idade são:
- Alterações de memória operacional, explícita e episódica.
- Redução de massa muscular e em conseqüência: fraqueza, lentidão e insegurança ao movimentar-se o que aumenta a possibilidade de quedas.
-  Perda da elasticidade dos tecidos conectivos e redução da viscosidade dos líquidos sinoviais.
- Diminuição da velocidade de condução nervosa, coordenação motora, equilíbrio e flexibilidade.
- Aumento da gordura corporal, principalmente na região abdominal.
- Diminuição de massa óssea, aumentando o risco de fraturas...

Essas são algumas das alterações naturais que ocorrem com o passar dos anos, no entanto, como já foi dito antes o estilo de vida mais ou menos saudável tem sua influência. Pessoas inativas ou sedentárias percebem essas alterações mais intensamente, geralmente em conjunto com alguma patologia. Mantenha-se ativo com a prática regular de exercícios físicos, é uma forma de suavizar as mudanças e manter uma boa qualidade de vida.


Referencias

CADERNO de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: 2007. 192 p.:Il.: n.19 Disponível em  http://www.saude.gov.br/bvs

LEÃO JÚNIOR, Roosevelt. Participação em hidroginástica, crenças de auto-eficácia e satisfação com a vida em mulheres de 50 a 70 anos. 2003. 89f Dissertação de Mestrado em Gerontologia - Faculdade de Educação da UNICAMP, Campinas, 2003

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Hidroginástica, uma excelente opção!

Hoje realizei uma aula de hidroginástica em uma turma de terceira idade e ao perceber todos muito alegres e animados com a atividade me propus a escrever um post sobre o tema.

A prática da atividade física regular é sem dúvidas um meio de conquistar uma melhor qualidade de vida seja qual for a idade e a hidroginástica é uma atividade bastante procurada pela população idosa.
 

A aula de hidroginástica tem duração de aproximadamente 45 minutos, divididos entre aquecimento global, parte principal e alongamentos. É uma modalidade de pouco risco de lesões e baixo impacto. As aulas ocorrem geralmente ao som de músicas alegres e estimulantes onde são executados exercícios aeróbios, localizados e alongamentos.

Ao contrário do que muita gente pensa, a hidroginástica pode ser muito intensa dependendo do objetivo da aula e do material utilizado (caneleira, colete, espaguete e halteres). 

De acordo com um estudo realizado por Alves e colaboradores (2006) cerca de 90% das pessoas que praticam hidroginástica notam melhora em algum aspecto de sua vida cotidiana. Neste mesmo estudo foi contatado que 74% dos indivíduos procuram esta atividade por motivos de saúde, seguido do índice de 10% que a buscam para socializar, visto que é uma atividade praticada em grupos.

Alguns benefícios da atividade:
Sensação de alívio do peso corporal, pois é uma atividade realizada dentro da água;
Maior gasto calórico se comparado a mesma atividade fora da piscina;
Aumento da capacidade cardíaca e respiratória;
Aumento da flexibilidade, resistência e força muscular, auxiliando o idoso nas atividades da vida diária;
Melhora do equilíbrio e coordenação motora;
Melhora de auto-estima, cognição e socialização.

Portanto, se você procura por uma atividade animada, motivante e que proporcione benefícios físicos, cognitivos e afetivos, a hidroginástica é uma excelente opção, experimente!


Referências

Silvia Teixeira de Pinho; Daniel Medeiros Alves; José Francisco Gomes Schild; Mariângela da Rosa Afonso - A hidroginástica na terceira idade Revista Digital - Buenos Aires - Ano 11 - N° 102 - Nov 2006. Disponível em http://www.efdeportes.com/efd102/hidrog.htm

Marcus Vinícius de Mello Pinto Et al Os benefícios gerados pela pratica de hidroginástica em idosos Revista Digital - Buenos Aires - Ano 13 - N° 124 - Set 2008. Disponível em http://www.efdeportes.com/efd124/os-beneficios-gerados-pela-pratica-de-hidroginastica-em-idosos.htm