segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Curso Básico de Dança Sênior

Neste último fim de semana (21 e 22 de agosto) ocorreu em Curitiba o Curso Básico de Dança Sênior, ministrado por Sueli Rosita Kasten e Maria da Penha L. Broker (coordenadora e vice-coordenadora de Dança Sênior do Paraná e Santa Catarina).

O curso foi muito proveitoso, tanto pelo curso em si como pelas amizades e contatos profissionais que tiveram início! Aprendemos as coreografias correspondentes ao curso básico e já nos adiantamos marcando o segundo curso, o Progressivo A (danças em pé) para o início do próximo ano.

De acordo com o informativo de Dança Sênior (2010), a formação de dirigentes é realizada pelo Intituto Diaconal Bethesda, na qualidade de Estabelecimento Especial de Ensino Isolado (Portaria E/SE N°467  de 26/08/1997). Sendo que o curso livre de Dirigentes de Dança Sênior é reconhecido pela recente Portaria 008/2002 de 25/06/2002 da secretária de Estado da Educação e Desporto de Santa Catarina, tendo o diploma válido em todo território nacional.

Veja na seqüência algumas fotos tiradas durante os dois dias de curso.
Dança em pé


Dança Sentada com corda
Dança Sentada com lenços coloridos
Estudando as coreografias
Recebendo o Certificado - Prof. Penha, Déborah e Prof. Sueli  (esq. p/ direita)
Novos Dirigentes de Dança Sênior

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Espelhos, auto-imagem e auto-estima

Em um desses muitos dias de trabalho em casas de repouso, asilos entre outros lugares em contato direto com idosos reparei em algo, que talvez passe desapercebido para alguns, mas que chamou minha atenção, a falta de espelhos.

Certa vez uma cuidadora de idosos aqui da cidade de Curitiba, havia me contato a história de uma senhora com doença de Alzheimer que ao olhar no espelho havia se espantado, quase não se reconhecendo. A princípio achei que era por causa da doença e não mais pensei no assunto por algum tempo. Não imaginando a quanto tempo ela não se via em algum espelho. Outra vez em uma casa de repouso notei que em nenhum dos quartos ou banheiros possuía espelhos, é difícil imaginar uma casa sem ao menos um ou dois espelhos, mas neste local não tinha. Noutra vez foi na casa da minha avó Ramona reparei a mesma coisa, na casa toda havia apenas um espelho pequeno localizado em um local pouco prático.
Esses são apenas alguns exemplos, porém me leva a pensar no que acontece com essas pessoas. Me arrisco a associar isto, à problemas de auto-estima/auto-imagem, a falta de aceitação da própria idade e processo de envelhecimento ou ainda a falta de aceitação das pessoas que vivem ao seu redor.
Alguns idosos deprimidos com a imagem que fazem de si mesmos não aceitam seu envelhecer, desenvolvendo assim sentimento de auto-estima e de autodesvalorização (PESSINI; SILVA; VITORELI, 2005). Existe também aqueles idosos que ao envelhecer passam por diversos problemas de saúde e preconceito, muitas vezes atingindo sua auto-estima/auto-imagem levando a problemas psicológicos e depressão. A auto-estima está diretamente relacionada com sentimentos de competência e de valor próprio, já a auto-imagem é a imagem que formamos em nossa mente de nós mesmos, ou seja, como nos percebemos (BENEDETTI; GONÇALVES; PETROSKI, 2003).

Dados do IBGE apontam que o crescimento da população com mais de 60 anos é relativamente recente, estima-se que em 2025 passe dos 30 milhões de idosos. Analisando as datas da criação da Política Nacional do Idoso – 1994, e do Estatuto do Idoso – 2003 (sancionado pelo presidente após 7 anos de tramitação) nota-se que são leis muito recentes. O ponto principal é que nem todos se conscientizaram ainda que o idoso merece cuidado, respeito e dignidade, assim como qualquer outro cidadão.

É preciso a conscientização das pessoas de que envelhecer é natural. Cada aniversário deveria ser comemorado, cada ano acrescentado sem nenhuma vergonha ou omissão. Todos envelhecem, cada qual de modo diferente. Não digo isso apenas para os idosos não! Os jovens deveriam propagar essa idéia desde já, para não sintam vergonha da velhice de seus pais e avós, e também para que posteriormente não se envergonhem de si mesmos mantendo em casa seus próprios espelhos.


Referências

BENEDETTI, Tânia B.; GONÇALVES, Lucia T.; PETROSKI, Édio L. Exercícios físicos, auto-imagem e auto-estima em idosos asilados. Volume 5 – Número 2 – p. 69 - 74 – 2003

SILVA, Maria J. P.; PESSINI, Salete; VITORELI, Eliane.  A auto-estima de idosos e as doenças crônico-degenerativas. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, Passo Fundo, 102-114 - jan./jun. 2005 

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Reflexões sobre o Educador Físico em Asilos e Casas de Repouso

Dona Jacira e Déborah Leão - Festa de Carnaval na Casa de Repouso Santa Cecília

É mais do que conhecida a importância da prática de atividades físicas, seja qual for a idade. Seus benefícios foram inúmeras vezes divulgadas em revistas, jornais, livros, artigos científicos entre outros meios, porém ainda são poucos os Asilos e Casas de Repouso que adotam um programa de exercícios junto em parceria com um profissional de Educação Física. Existe ainda certo pré-conceito em relação ao Educador Físico, sendo este substituído por fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Cada qual tem sua importância, e acredito que se todos trabalhassem em conjunto possivelmente os resultados seriam muito melhores. 

É preciso lembrar e levar em consideração que o idoso institucionalizado está em determinado local que não é sua casa, rodeados por pessoas que não são seus parentes, passando muitas vezes por situações e rotinas pouco agradáveis, aliando a isso o excesso de tempo livre. Não é difícil encontrar idosos com problemas de auto-estima, auto-imagem, depressivos e com problemas físicos que poderiam ser minimizados ou até mesmo revertidos com um programa de exercícios físicos adequados. Em contra partida a isso temos as instituições pouco preparadas, que contratam fisioterapeutas duas vezes na semana e consideram o suficiente. A matemática é simples, supondo que este profissional passe duas horas por dia, dois das na semana são apenas quatro horas de atividade semanal. O que acontece em todas as outras horas restantes? 

O trabalho multidisciplinar é sempre a melhor opção, um exemplo disso é a Casa de Repouso Santa Cecília, onde trabalho duas vezes na semana realizando atividades físicas e recreativas junto aos idosos. Este local conta com um Fisioterapeuta, uma Acupunturista, eu da área de Educação Física e Enfermeiras. Posso afirmar com base na experiência adquirida nesses meses, que os estímulos dados são muito diferentes e os resultados obtidos são maravilhosos.   Consegue imaginar o que é ajudar uma pessoa voltar a andar após um AVC? Sentir em você a alegria da pessoa que novamente dá os primeiros passos é simplesmente indescritível, eu posso dizer que já senti isso. Vale salientar que é graça ao trabalho de todos em conjunto à favor de um bem maior.

Para finalizar, gostaria de deixar um recado para todos aqueles que assim como eu escolheu a Educação Física, mais especificamente trabalhar com idosos em Casas de Repouso e Asilos. Batalhem por seu espaço! Pelo nosso espaço! Pois é muito difícil entrar nesse meio, talvez pela crença do “jaleco branco”, acredito que através do resultado de nosso trabalho iremos conseguir mudar essa idéia e trazer os benefícios para aqueles que tanto necessitam!